quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A Botija da Alma


Era uma vez um rei que enviou seu servo numa jornada:
- Vês esta longa estrada, meu servo?
Seguirás por ela sem te desviares. O reino para onde vais está no final dela.
Por todo o caminho levarás esta botija, a qual entregarás ao rei daquele lugar e receberás tua recompensa.

Assim, conforme lhe foi ordenado, partiu o servo, levando a preciosa botija, obra-prima do oleiro. A estrada se perdia de vista. Atravessava planícies e rios. Algumas vezes se estendia pelo alto dos montes, outras vezes pelo fundo dos vales.

Havia trechos ladeados de árvores que proporcionavam sombra, mas havia outros áridos, fustigados pelo sol. Passados muitos dias, o servo encontrou uma caravana de ciganos. Estes insistiram e acabaram por convencê-lo a seguir com eles.

Logo ele aprendeu a arte de trapacear e mentir, fingindo ver na palma da mão o destino de crédulos incautos. Entre os vadios, o servo adquiriu o hábito do desleixo e da indolência. Enganado e enganando, não viu o tempo passar.

Um dia, como se acordasse de um pesadelo, lembrou da ordem do rei e foi procurar a botija. Achou-a jogada, empoeirada e com muitas trincas. Tomou-a e voltou para a estrada. Mas não por muito tempo!
Bastou encontrar a primeira subida para abandonar outra vez o caminho, procurando desbordar a montanha por um atalho.

Assim fazendo, acabou por se deparar com uma cidade onde um templo idólatra estava sendo construído. O servo, que ficara ganancioso, achou que poderia ganhar ali muito dinheiro. O templo demorou anos para ser terminado.

Durante este tempo, ele adotou os costumes locais e se entregou ao pernicioso culto aos ídolos e às práticas pagãs. Adquiriu novos vícios e se prostituiu como era a tradição daquele povo. Com o tempo, tornou-se fraco e doente. Perdeu tudo o que tinha, foi desprezado e expulso da cidade.
Na sua miséria, lembrou-se mais uma vez da botija e da ordem do rei. Sentiu que a última chance de sua vida era terminar a jornada e receber a recompensa. A botija, cujas trincas tinham se tornado rachaduras, estava jogada em um canto. Havia perdido todo brilho e beleza. Trôpego e cansado, o servo retomou a estrada. Agora, já não havia ciganos que se interessassem por ele, ou quem lhe desse trabalho.

O servo estava feio, envelhecido, doente e fraco. Com sacrifício, chegou finalmente ao seu destino. Vendo os majestosos portões, o primeiro sentimento que teve foi de remorso. Desperdiçara tanto tempo por nada.
Imediatamente procurou o rei e lhe contou sua história. Entregando-lhe a botija, disse: Majestade, eis a botija!

Estou velho, cansado e nada tenho na vida. Rogo-vos que me concedas a recompensa, para que descanse em paz. O rei abriu a velha botija e verificou que estava completamente vazia. Então disse: Pobre homem! Não cuidastes desta botija, pensando que estava vazia.

Na verdade, ela trazia tua recompensa: o fino e valioso ouro em pó que nela foi colocado e tu deixaste cair pelas trincas e rachaduras. Se tivesses ouvido a voz daquele que te enviou, terias guardado este tesouro.
Assim também foi tua vida. O teu corpo era a botija e a tua alma o ouro que ela continha.

Deixando o caminho no qual devias andar, adquiristes males e vícios, trincando teu corpo com o pecado e a doença, tal qual esta botija envelhecida. As sublimes virtudes, o amor, a bondade, a fidelidade e a obediência, foram levadas da tua alma, assim como o ouro foi derramado da botija, sem que tu percebesses. Hoje não tens recompensa. Está vazia a tua botija como vazia está a tua alma.

Sábio é o homem que guarda a sua botija, preservando a sua alma. Terá sempre um precioso tesouro do qual virá paz, alegria e a recompensa final: Nossa salvação em Jesus!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

A cruz pesada


Há muitos e muitos anos, um homem partiu em direção a Jerusalém, carregando uma cruz grande e pesada. Ela media três metros de comprimento por dois de envergadura. Enquanto carregava a cruz, lembrava-se do sofrimento de Jesus, e imaginava a dor que Ele havia sentido quando foi pregado nela.

Assim, o homem seguia compenetrado em sua resolução e, passo a passo, lentamente carregava a cruz cuja ponta inferior se arrastava pelo chão, fazendo um risco na terra. Depois de muitas horas de caminhada, o homem avistou um morro. Esgotado como estava, teve dúvidas se conseguiria vencer aquela subida acentuada.

Enquanto meditava na dificuldade à sua frente, alguém que passava sugeriu que cortasse um pedaço da cruz, tornando-a mais leve. 
— É uma boa ideia! Diminuindo um pouco a carga terei mais condições de subir a montanha. Assim, tirou um pedaço da cruz, que se tornou bem mais leve, e continuou sua caminhada.

Quem já esteve em Jerusalém sabe que para se chegar lá é preciso subir muitas montanhas.  A cidade do rei Davi, também chamada na Bíblia de "umbigo do mundo", fica no topo de uma montanha e é cercada por muitas outras. Trata-se portanto de um terreno difícil, em ambiente arenoso, seco, muito quente durante o dia e muito frio à noite.

A cada subida que encontrava no caminho ele cortava um pedaço da cruz.
Assim, com o decorrer da jornada, a cruz pesada foi ficando cada vez mais leve, e ao invés da caminhada lenta do início, o homem já podia andar a passo acelerado e ia cantarolando descontraidamente. Tudo parecia ir muito bem até que surgiu em seu caminho um rio caudaloso, cujas águas desciam volumosas do alto da montanha para banhar os vales.

A ponte sobre o rio estava partida, faltando-lhe exatamente um trecho de quase três metros no vão central. Diante daquele obstáculo, o peregrino fez a seguinte oração: Senhor, Tu sabes que meu maior desejo é chegar a Jerusalém. Venho de longe e agora que me aproximo de realizar meu sonho, não sei como poderei fazer para, sem arriscar a vida, chegar ao outro lado do rio.
Vês, Senhor, que a ponte está rompida e não tenho como atravessá-la.

Então uma voz do céu respondeu: Meu filho, para transpor este obstáculo com segurança, basta usares a cruz que eu lhe dei!
Muito triste, o homem constatou que a cruz, agora, depois de tantos pedaços cortados, havia se tornado pequena demais e não vencia o vão que ele precisava transpor. A cruz do início, com seus três metros, tinha exatamente à medida que ele precisava para transpor a ponte quebrada.

Na vida, cada um de nós carrega a cruz necessária a nos preparar para vencer os obstáculos que surgem durante a jornada. Não é maior nem menor: ela é exata! 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Valdir e Tonhão


Era uma vez um circo que corria todo o interior de Minas Gerais.
Não era lá essas coisas, mas para as pequenas cidades da roça era uma grande atração. Quando as carretas apontavam na estrada, com as cabines pintadas e os animais na jaula, chegavam à novidade e a alegria.

O que mais chamava atenção eram os elefantes. O maior deles era o Valdir, um animal vindo da Índia, país onde os elefantes são sagrados e adorados como deuses. Quando criança, elefantinho ainda, ele via seu pai desfilar enfeitado pelas ruas e gente de todo o tipo ajoelhada a lhe pedir favores.

A religião hindu é mais uma armadilha do diabo para enganar os incautos. Ensina que as almas reencarnam e seguem um processo de evolução. São milhares os deuses que se originam desse entendimento completamente contrário à Palavra de Deus.

Pela força do destino, o paquiderme foi vendido ainda jovem e acabou vindo de navio para o Brasil. Como era orgulhoso, nunca aprendeu nenhum truque. Aliás, nem sequer deu a mínima atenção aos tantos treinadores que teve.

Assim, o elefante indiano foi sendo empurrado de circo em circo, até que terminou sem grandes privilégios, num bem modesto, de interior, onde o Tonhão, um elefante africano e muito humilde, fazia sucesso e acabava trabalhando pelos dois.

- Você é ridículo, Tonhão. Jamais me sujeitarei a este papel de elefante de circo. Fique sabendo que sou um animal sagrado, um deus reencarnado- dizia o presunçoso Valdir.

Para não dizer que Valdir era inútil, o dono do circo, que sabia da total apatia do animal, oferecia um prêmio em dinheiro para quem conseguisse fazê-lo sentar, que é o truque mais elementar para um elefante amestrado.

Os candidatos puxavam a corda amarrada no pescoço do elefante, penduravam-se no seu rabo, empurravam-lhe as patas, traziam camundongos para assustá-lo, ofereciam amendoim, mas nada surtia qualquer efeito. O Valdir era mesmo um elefante muito orgulhoso.
Até que um dia, um rapaz esperto, acostumado a lidar com a teimosia das mulas, assistindo ao espetáculo decidiu enfrentar o desafio. Ele era o ponta-esquerda do time de futebol. Tinha uma canhota poderosa. O chute do rapaz era uma bomba de furar a rede.

- Senhoras e senhores, agora o elefante mais teimoso do mundo desafia quem possa fazê-lo sentar - anunciou o dono do circo. O rapaz se levantou e se dirigiu ao centro do picadeiro. Olhou seriamente nos olhos pequenos e soberbos do animal. Depois passou a rodeá-lo lentamente, como a procurar um ponto fraco.

Quando estava por detrás do elefante, mandou o pé num chute potentíssimo, que atingiu em cheio os testículos graúdos do Valdir, que lhe caíam pendurados entre as patas traseiras. O elefante só teve tempo de emitir um longo e doloroso "uíííííííííííííííííí!!!", enquanto as patas de trás perdiam a sustentação e escorregavam, fazendo aquelas toneladas se sentarem no chão.

A plateia delirou e o rapaz recebeu o prêmio. No dia seguinte, o circo partiu para outra cidade. Eles agora tinham um problema. Como aproveitar aquele elefante como uma atração que justificasse toda a comida que lhe custava, e o incômodo de transportá-lo de um lado para outro?
Resolveram mudar a exigência.

Agora, em vez de fazê-lo sentar, o prêmio seria dado a quem fizesse Valdir falar sim e não. Dessa maneira, estariam seguros de que ninguém levaria o prêmio. Na primeira noite de espetáculo na nova cidade, com casa cheia, quando o desafio foi lançado à plateia, o mesmo rapaz desceu da arquibancada em direção ao picadeiro.

Ao vê-lo, o orgulhoso elefante sentiu um arrepio percorrê-lo desde a ponta do rabo até a ponta da tromba. Todo mundo já ouviu falar da tal "memória de elefante". O Valdir lembrava claramente daquele chute de canhota.
O rapaz olhou firme dentro dos seus olhos e lentamente começou a rodeá-lo, exatamente como da outra vez.

A cada volta, Valdir suava frio. O jovem se aproximou, levantou aquela orelha imensa e sussurrou-lhe ao ouvido: Você me conhece, Valdir? – ao que o elefante de imediato respondeu, movendo a cabeça de cima para baixo, exprimindo um "sim"!

- Quer levar outro chute daquele? - ao que o elefante imediatamente movendo a cabeça de um lado para o outro, expressou um angustiado "não!".
- Então senta Valdir! - ao que o animal prontamente obedeceu, dobrando as patas traseiras, sentando docilmente.
O público explodiu em aplausos, enquanto o dono do circo, boquiaberto e a contragosto, pagava o prêmio ao rapaz.

O orgulho é mesmo terrível e nos faz teimosos como o elefante Valdir. Admirador de si próprio, o orgulhoso não ouve ninguém e se considera o dono da verdade. Até que chega o dia, aquele dia, em que Valdir sentou. Melhor e muito menos doloroso é aprender através da humildade.

Tonhão, o humilde elefante africano, que era tido por Valdir como ridículo, até hoje dá gargalhadas quando se lembra da cara do Valdir.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Oração de fé


Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre?

Até quando ocultarás de mim o rosto?
Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia?

Até quando se erguerá contra mim o meu inimigo?
Atenta para mim, responde-me, Senhor, Deus meu!
Ilumina-me os olhos, para que eu não durma o sono da morte; para que não diga o meu inimigo: Prevaleci contra ele; e não se regozijem os meus adversários, vindo eu a vacilar.

No tocante a mim, confio na tua graça; regozije-se o meu coração na tua salvação. Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem. (Salmos 13)

Depois de ler essa oração, faça a sua própria.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Os prognosticadores do nosso século

Está escrito: Quando entrares na terra que o Senhor, teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos.

Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha,

nem adivinhador, (Aquele que invoca os mortos, e faz uso de buzios e cartas de tarô)
nem prognosticador,
nem agoureiro, (Que anuncia desgraças.)


nem feiticeiro; (Que celebram rituais e rezas invocando entidades)
nem encantador, (Que hipnotiza, que leva ao transe, engano)
nem necromante, (Que pratica adivinhação mediante a consulta aos mortos)

nem mágico, (Aquele que engana com truque e amuletos ou com artes mágicas.)
nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor, teu Deus, os lança de diante de ti.

Perfeito serás para com o Senhor, teu Deus. Porque estas nações que hás de possuir ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o Senhor, teu Deus, não permitiu tal coisa. (Deuteronômio 18: 9 – 14)

O nome prognosticador significa: Aquele que antecipa ou prevê acontecimentos.
Que revela o estado da pessoa e profetiza sobre presságios.

Em nossos dias tem se levantado muitos prognosticadores se insinuando profetas de Deus (adivinhando aqui e ali), mas que na verdade não passam de mentirosos filhos do diabo – Não é toa que o Nosso Senhor os associou aos necromante, médiuns e feiticeiros.

Eu quero chamar a atenção de todos que ficam (indo de igreja em igreja) atrás de revelações e profecias, para que meditem nessa passagem bíblica e veja que Deus associou tais pessoas aos que foram expulsos da Terra Prometida.

Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, (I Timóteo 4: 1, 2)

E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras. (II Coríntios 11: 14, 15)

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Oração por auxílio divino


Praza-te, ó Deus, em livrar-me; dá-te pressa, ó Senhor, em socorrer-me.
Sejam envergonhados e cobertos de vexame os que me demandam a vida; tornem atrás e cubram-se de ignomínia os que se comprazem no meu mal.

Retrocedam por causa da sua ignomínia os que dizem: Bem-feito! Bem-feito!
Folguem e em ti se rejubilem todos os que te buscam; e os que amam a tua salvação digam sempre: Deus seja magnificado!

Eu sou pobre e necessitado; ó Deus, apressa-te em valer-me, pois tu és o meu amparo e o meu libertador. Senhor, não te detenhas! (Salmos 70)

Depois de ler essa oração, procure um lugar e faça a sua própria. 
Jesus te Abençoe.

domingo, 12 de agosto de 2012

Pai...



Um pai certa vez deu um castigo ao filho: Dormir no sótão.
Lá pela meia noite o pai foi vê-lo.
E encontrou o filho com os olhos arregalados.
"Me perdoe, papai. Deixe dormi na minha cama".
"Não filho. O castigo não pode ser alterado.
Você vai passar a noite aqui; mas o papai vem dormir com você"...

Disse o Senhor Jesus: Qual dentre vós é o pai que, se o filho lhe pedir [pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir] um peixe, lhe dará em lugar de peixe uma cobra? Ou, se lhe pedir um ovo lhe dará um escorpião?  Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem? (Lc 11: 11 - 13)