sábado, 19 de novembro de 2011

O orientador...

Num dia lindo e ensolarado o coelho saiu da toca com o notebook e pôs-se a trabalhar, bem concentrado.

Pouco depois, passou por ali uma raposa e viu o coelhinho bem distraído no seu trabalho, e chegou a salivar. No entanto, ela ficou intrigada com a atividade do coelho e aproximando-se curiosamente disse: Coelhinho, o que você está fazendo aí tão concentrado? 

Estou redigindo a minha tese de doutorado, disse o coelho sem tirar os olhos do computador. Hum... perguntou a raposa: E qual é o tema da sua tese? Disse o coelho: É uma teoria provando que os coelhos são verdadeiros predadores naturais das raposas. A raposa ficou indignada: Ora, isso é ridículo. Nós, as raposas é que somos os predadores dos coelhos.

Respondeu o coelho: Absolutamente! Venha comigo à minha toca que eu mostro a minha prova experimental. O coelho e a raposa entram na toca e poucos instantes depois se ouviu uns ruídos  indecifráveis e alguns grunhidos de dor e depois o silêncio.

Em seguida o coelho volta sozinho e mais uma vez retoma aos trabalhos no notebook. Meia hora depois passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho tão distraído, agradece mentalmente a cadeia alimentar por estar com o seu jantar garantido.

No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho trabalhando naquela concentração toda, Então, o lobo resolve saber do que se tratava, antes de devorá-lo. Disse o lobo: Olá, meu jovem coelho. O que o faz trabalhar tão arduamente?

Ele respondeu: Minha tese de doutorado, senhor Lobo. É uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos os piores predadores naturais dos lobos. O lobo não se conteve e caiu na gargalhada com a petulância do coelho: Ha, ha, ha... Coelhinho. Isto é um despropósito.

Nós, os lobos, é que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos. Aliás, chega de conversa...
Então disse o colhe: Desculpe-me, mas se você quiser, eu posso apresentar a prova da minha tese. Você gostaria de me acompanhar à minha toca?

O lobo não consegue acreditar na sua sorte!!. Ambos desaparecem toca a dentro. Alguns instantes depois ouve-se uivos desesperados, ruídos de mastigação e silêncio. Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível, e volta a dedilhar o teclado de seu notebook, como se nada tivesse acontecido...

Um pardal que ali passava, vendo aquela cena, não acreditou. E entrando na toca do coelho viu uma enorme pilha de ossos ensangüentados e peles de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos.
Mas no centro das duas pilhas de ossos, um enorme Leão, satisfeito, bem alimentado e sonolento, a palitar os dentes.

MORAL DA ESTÓRIA:
Não importa quão absurdo é o tema de sua tese.
Não importa se você não tem o mínimo fundamento científico.
Não importa se os seus experimentos nunca chegam a provar sua teoria.
Não importa nem mesmo se suas idéias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos...
O que importa é quem é o seu ORIENTADOR!

Ouve, filho meu, e aceita as minhas palavras, e se te multiplicarão os anos de vida. No caminho da sabedoria, te ensinei e pelas veredas da retidão te fiz andar. Em andando por elas, não se embaraçarão os teus passos; se correres, não tropeçarás. Retém a instrução e não a largues; guarda-a, porque ela é a tua vida. ( Pv. 4; 10 – 13 )

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