quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A Botija da Alma


Era uma vez um rei que enviou seu servo numa jornada:
- Vês esta longa estrada, meu servo?
Seguirás por ela sem te desviares. O reino para onde vais está no final dela.
Por todo o caminho levarás esta botija, a qual entregarás ao rei daquele lugar e receberás tua recompensa.

Assim, conforme lhe foi ordenado, partiu o servo, levando a preciosa botija, obra-prima do oleiro. A estrada se perdia de vista. Atravessava planícies e rios. Algumas vezes se estendia pelo alto dos montes, outras vezes pelo fundo dos vales.

Havia trechos ladeados de árvores que proporcionavam sombra, mas havia outros áridos, fustigados pelo sol. Passados muitos dias, o servo encontrou uma caravana de ciganos. Estes insistiram e acabaram por convencê-lo a seguir com eles.

Logo ele aprendeu a arte de trapacear e mentir, fingindo ver na palma da mão o destino de crédulos incautos. Entre os vadios, o servo adquiriu o hábito do desleixo e da indolência. Enganado e enganando, não viu o tempo passar.

Um dia, como se acordasse de um pesadelo, lembrou da ordem do rei e foi procurar a botija. Achou-a jogada, empoeirada e com muitas trincas. Tomou-a e voltou para a estrada. Mas não por muito tempo!
Bastou encontrar a primeira subida para abandonar outra vez o caminho, procurando desbordar a montanha por um atalho.

Assim fazendo, acabou por se deparar com uma cidade onde um templo idólatra estava sendo construído. O servo, que ficara ganancioso, achou que poderia ganhar ali muito dinheiro. O templo demorou anos para ser terminado.

Durante este tempo, ele adotou os costumes locais e se entregou ao pernicioso culto aos ídolos e às práticas pagãs. Adquiriu novos vícios e se prostituiu como era a tradição daquele povo. Com o tempo, tornou-se fraco e doente. Perdeu tudo o que tinha, foi desprezado e expulso da cidade.
Na sua miséria, lembrou-se mais uma vez da botija e da ordem do rei. Sentiu que a última chance de sua vida era terminar a jornada e receber a recompensa. A botija, cujas trincas tinham se tornado rachaduras, estava jogada em um canto. Havia perdido todo brilho e beleza. Trôpego e cansado, o servo retomou a estrada. Agora, já não havia ciganos que se interessassem por ele, ou quem lhe desse trabalho.

O servo estava feio, envelhecido, doente e fraco. Com sacrifício, chegou finalmente ao seu destino. Vendo os majestosos portões, o primeiro sentimento que teve foi de remorso. Desperdiçara tanto tempo por nada.
Imediatamente procurou o rei e lhe contou sua história. Entregando-lhe a botija, disse: Majestade, eis a botija!

Estou velho, cansado e nada tenho na vida. Rogo-vos que me concedas a recompensa, para que descanse em paz. O rei abriu a velha botija e verificou que estava completamente vazia. Então disse: Pobre homem! Não cuidastes desta botija, pensando que estava vazia.

Na verdade, ela trazia tua recompensa: o fino e valioso ouro em pó que nela foi colocado e tu deixaste cair pelas trincas e rachaduras. Se tivesses ouvido a voz daquele que te enviou, terias guardado este tesouro.
Assim também foi tua vida. O teu corpo era a botija e a tua alma o ouro que ela continha.

Deixando o caminho no qual devias andar, adquiristes males e vícios, trincando teu corpo com o pecado e a doença, tal qual esta botija envelhecida. As sublimes virtudes, o amor, a bondade, a fidelidade e a obediência, foram levadas da tua alma, assim como o ouro foi derramado da botija, sem que tu percebesses. Hoje não tens recompensa. Está vazia a tua botija como vazia está a tua alma.

Sábio é o homem que guarda a sua botija, preservando a sua alma. Terá sempre um precioso tesouro do qual virá paz, alegria e a recompensa final: Nossa salvação em Jesus!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

A cruz pesada


Há muitos e muitos anos, um homem partiu em direção a Jerusalém, carregando uma cruz grande e pesada. Ela media três metros de comprimento por dois de envergadura. Enquanto carregava a cruz, lembrava-se do sofrimento de Jesus, e imaginava a dor que Ele havia sentido quando foi pregado nela.

Assim, o homem seguia compenetrado em sua resolução e, passo a passo, lentamente carregava a cruz cuja ponta inferior se arrastava pelo chão, fazendo um risco na terra. Depois de muitas horas de caminhada, o homem avistou um morro. Esgotado como estava, teve dúvidas se conseguiria vencer aquela subida acentuada.

Enquanto meditava na dificuldade à sua frente, alguém que passava sugeriu que cortasse um pedaço da cruz, tornando-a mais leve. 
— É uma boa ideia! Diminuindo um pouco a carga terei mais condições de subir a montanha. Assim, tirou um pedaço da cruz, que se tornou bem mais leve, e continuou sua caminhada.

Quem já esteve em Jerusalém sabe que para se chegar lá é preciso subir muitas montanhas.  A cidade do rei Davi, também chamada na Bíblia de "umbigo do mundo", fica no topo de uma montanha e é cercada por muitas outras. Trata-se portanto de um terreno difícil, em ambiente arenoso, seco, muito quente durante o dia e muito frio à noite.

A cada subida que encontrava no caminho ele cortava um pedaço da cruz.
Assim, com o decorrer da jornada, a cruz pesada foi ficando cada vez mais leve, e ao invés da caminhada lenta do início, o homem já podia andar a passo acelerado e ia cantarolando descontraidamente. Tudo parecia ir muito bem até que surgiu em seu caminho um rio caudaloso, cujas águas desciam volumosas do alto da montanha para banhar os vales.

A ponte sobre o rio estava partida, faltando-lhe exatamente um trecho de quase três metros no vão central. Diante daquele obstáculo, o peregrino fez a seguinte oração: Senhor, Tu sabes que meu maior desejo é chegar a Jerusalém. Venho de longe e agora que me aproximo de realizar meu sonho, não sei como poderei fazer para, sem arriscar a vida, chegar ao outro lado do rio.
Vês, Senhor, que a ponte está rompida e não tenho como atravessá-la.

Então uma voz do céu respondeu: Meu filho, para transpor este obstáculo com segurança, basta usares a cruz que eu lhe dei!
Muito triste, o homem constatou que a cruz, agora, depois de tantos pedaços cortados, havia se tornado pequena demais e não vencia o vão que ele precisava transpor. A cruz do início, com seus três metros, tinha exatamente à medida que ele precisava para transpor a ponte quebrada.

Na vida, cada um de nós carrega a cruz necessária a nos preparar para vencer os obstáculos que surgem durante a jornada. Não é maior nem menor: ela é exata! 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Valdir e Tonhão


Era uma vez um circo que corria todo o interior de Minas Gerais.
Não era lá essas coisas, mas para as pequenas cidades da roça era uma grande atração. Quando as carretas apontavam na estrada, com as cabines pintadas e os animais na jaula, chegavam à novidade e a alegria.

O que mais chamava atenção eram os elefantes. O maior deles era o Valdir, um animal vindo da Índia, país onde os elefantes são sagrados e adorados como deuses. Quando criança, elefantinho ainda, ele via seu pai desfilar enfeitado pelas ruas e gente de todo o tipo ajoelhada a lhe pedir favores.

A religião hindu é mais uma armadilha do diabo para enganar os incautos. Ensina que as almas reencarnam e seguem um processo de evolução. São milhares os deuses que se originam desse entendimento completamente contrário à Palavra de Deus.

Pela força do destino, o paquiderme foi vendido ainda jovem e acabou vindo de navio para o Brasil. Como era orgulhoso, nunca aprendeu nenhum truque. Aliás, nem sequer deu a mínima atenção aos tantos treinadores que teve.

Assim, o elefante indiano foi sendo empurrado de circo em circo, até que terminou sem grandes privilégios, num bem modesto, de interior, onde o Tonhão, um elefante africano e muito humilde, fazia sucesso e acabava trabalhando pelos dois.

- Você é ridículo, Tonhão. Jamais me sujeitarei a este papel de elefante de circo. Fique sabendo que sou um animal sagrado, um deus reencarnado- dizia o presunçoso Valdir.

Para não dizer que Valdir era inútil, o dono do circo, que sabia da total apatia do animal, oferecia um prêmio em dinheiro para quem conseguisse fazê-lo sentar, que é o truque mais elementar para um elefante amestrado.

Os candidatos puxavam a corda amarrada no pescoço do elefante, penduravam-se no seu rabo, empurravam-lhe as patas, traziam camundongos para assustá-lo, ofereciam amendoim, mas nada surtia qualquer efeito. O Valdir era mesmo um elefante muito orgulhoso.
Até que um dia, um rapaz esperto, acostumado a lidar com a teimosia das mulas, assistindo ao espetáculo decidiu enfrentar o desafio. Ele era o ponta-esquerda do time de futebol. Tinha uma canhota poderosa. O chute do rapaz era uma bomba de furar a rede.

- Senhoras e senhores, agora o elefante mais teimoso do mundo desafia quem possa fazê-lo sentar - anunciou o dono do circo. O rapaz se levantou e se dirigiu ao centro do picadeiro. Olhou seriamente nos olhos pequenos e soberbos do animal. Depois passou a rodeá-lo lentamente, como a procurar um ponto fraco.

Quando estava por detrás do elefante, mandou o pé num chute potentíssimo, que atingiu em cheio os testículos graúdos do Valdir, que lhe caíam pendurados entre as patas traseiras. O elefante só teve tempo de emitir um longo e doloroso "uíííííííííííííííííí!!!", enquanto as patas de trás perdiam a sustentação e escorregavam, fazendo aquelas toneladas se sentarem no chão.

A plateia delirou e o rapaz recebeu o prêmio. No dia seguinte, o circo partiu para outra cidade. Eles agora tinham um problema. Como aproveitar aquele elefante como uma atração que justificasse toda a comida que lhe custava, e o incômodo de transportá-lo de um lado para outro?
Resolveram mudar a exigência.

Agora, em vez de fazê-lo sentar, o prêmio seria dado a quem fizesse Valdir falar sim e não. Dessa maneira, estariam seguros de que ninguém levaria o prêmio. Na primeira noite de espetáculo na nova cidade, com casa cheia, quando o desafio foi lançado à plateia, o mesmo rapaz desceu da arquibancada em direção ao picadeiro.

Ao vê-lo, o orgulhoso elefante sentiu um arrepio percorrê-lo desde a ponta do rabo até a ponta da tromba. Todo mundo já ouviu falar da tal "memória de elefante". O Valdir lembrava claramente daquele chute de canhota.
O rapaz olhou firme dentro dos seus olhos e lentamente começou a rodeá-lo, exatamente como da outra vez.

A cada volta, Valdir suava frio. O jovem se aproximou, levantou aquela orelha imensa e sussurrou-lhe ao ouvido: Você me conhece, Valdir? – ao que o elefante de imediato respondeu, movendo a cabeça de cima para baixo, exprimindo um "sim"!

- Quer levar outro chute daquele? - ao que o elefante imediatamente movendo a cabeça de um lado para o outro, expressou um angustiado "não!".
- Então senta Valdir! - ao que o animal prontamente obedeceu, dobrando as patas traseiras, sentando docilmente.
O público explodiu em aplausos, enquanto o dono do circo, boquiaberto e a contragosto, pagava o prêmio ao rapaz.

O orgulho é mesmo terrível e nos faz teimosos como o elefante Valdir. Admirador de si próprio, o orgulhoso não ouve ninguém e se considera o dono da verdade. Até que chega o dia, aquele dia, em que Valdir sentou. Melhor e muito menos doloroso é aprender através da humildade.

Tonhão, o humilde elefante africano, que era tido por Valdir como ridículo, até hoje dá gargalhadas quando se lembra da cara do Valdir.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Oração de fé


Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre?

Até quando ocultarás de mim o rosto?
Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia?

Até quando se erguerá contra mim o meu inimigo?
Atenta para mim, responde-me, Senhor, Deus meu!
Ilumina-me os olhos, para que eu não durma o sono da morte; para que não diga o meu inimigo: Prevaleci contra ele; e não se regozijem os meus adversários, vindo eu a vacilar.

No tocante a mim, confio na tua graça; regozije-se o meu coração na tua salvação. Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem. (Salmos 13)

Depois de ler essa oração, faça a sua própria.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Os prognosticadores do nosso século

Está escrito: Quando entrares na terra que o Senhor, teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos.

Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha,

nem adivinhador, (Aquele que invoca os mortos, e faz uso de buzios e cartas de tarô)
nem prognosticador,
nem agoureiro, (Que anuncia desgraças.)


nem feiticeiro; (Que celebram rituais e rezas invocando entidades)
nem encantador, (Que hipnotiza, que leva ao transe, engano)
nem necromante, (Que pratica adivinhação mediante a consulta aos mortos)

nem mágico, (Aquele que engana com truque e amuletos ou com artes mágicas.)
nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor, teu Deus, os lança de diante de ti.

Perfeito serás para com o Senhor, teu Deus. Porque estas nações que hás de possuir ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o Senhor, teu Deus, não permitiu tal coisa. (Deuteronômio 18: 9 – 14)

O nome prognosticador significa: Aquele que antecipa ou prevê acontecimentos.
Que revela o estado da pessoa e profetiza sobre presságios.

Em nossos dias tem se levantado muitos prognosticadores se insinuando profetas de Deus (adivinhando aqui e ali), mas que na verdade não passam de mentirosos filhos do diabo – Não é toa que o Nosso Senhor os associou aos necromante, médiuns e feiticeiros.

Eu quero chamar a atenção de todos que ficam (indo de igreja em igreja) atrás de revelações e profecias, para que meditem nessa passagem bíblica e veja que Deus associou tais pessoas aos que foram expulsos da Terra Prometida.

Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, (I Timóteo 4: 1, 2)

E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras. (II Coríntios 11: 14, 15)

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Oração por auxílio divino


Praza-te, ó Deus, em livrar-me; dá-te pressa, ó Senhor, em socorrer-me.
Sejam envergonhados e cobertos de vexame os que me demandam a vida; tornem atrás e cubram-se de ignomínia os que se comprazem no meu mal.

Retrocedam por causa da sua ignomínia os que dizem: Bem-feito! Bem-feito!
Folguem e em ti se rejubilem todos os que te buscam; e os que amam a tua salvação digam sempre: Deus seja magnificado!

Eu sou pobre e necessitado; ó Deus, apressa-te em valer-me, pois tu és o meu amparo e o meu libertador. Senhor, não te detenhas! (Salmos 70)

Depois de ler essa oração, procure um lugar e faça a sua própria. 
Jesus te Abençoe.

domingo, 12 de agosto de 2012

Pai...



Um pai certa vez deu um castigo ao filho: Dormir no sótão.
Lá pela meia noite o pai foi vê-lo.
E encontrou o filho com os olhos arregalados.
"Me perdoe, papai. Deixe dormi na minha cama".
"Não filho. O castigo não pode ser alterado.
Você vai passar a noite aqui; mas o papai vem dormir com você"...

Disse o Senhor Jesus: Qual dentre vós é o pai que, se o filho lhe pedir [pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir] um peixe, lhe dará em lugar de peixe uma cobra? Ou, se lhe pedir um ovo lhe dará um escorpião?  Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem? (Lc 11: 11 - 13)

sábado, 11 de agosto de 2012

Omar e Abdul


Há uma lenda antiga que expõe ao ridículo os inacreditáveis níveis de ódio e inveja que atingem o coração dos homens. Homens que desprezam o maior tesouro que existe, isto é, o amor de Deus, para invejar coisas passageiras, como os bens materiais.

No infindável deserto do Cazaquistão, dois miseráveis, Omar e Abdul, caminhavam lado a lado, à procura de um oásis onde pudessem se refugiar do calor fustigante e matar a sede que os afligia. Os dois haviam sido muito ricos. Eram negociantes estabelecidos no ramo de venda de tapetes.

Ganharam muito dinheiro, e porque tinham seus bazares um defronte do outro, numa das principais ruas da cidade de Pertião, tornaram-se terríveis rivais. Viviam a se acusar e denunciar as falcatruas um do outro, e ainda que fossem primos, a rivalidade que havia entre eles era maior que qualquer vínculo sanguíneo.

No desejo de juntar mais dinheiro, os dois faziam qualquer negócio. Falsificavam mercadorias, exorbitavam nos preços, enganavam no troco e sonegavam os impostos, além de roubarem os empregados. Passavam o dia à frente das suas lojas, sentados em pequeninos bancos, um defronte do outro.

Vez por outra cruzavam os olhares, quando o tráfego da rua permitia, para desviar logo em seguida, como se nem notassem a existência um do outro.
Tudo mentira! Na verdade vigiavam cada cliente que entrava nos bazares.

Se algum deles saísse carregado com muitos produtos, o que significava um bom negócio, o concorrente se doía de inveja, enquanto o que tinha feito o negócio voltava à porta do bazar para exibir seu sorriso, alisando lentamente a vasta barriga.

Era tanta a inveja entre os dois que cada um deles enviou uma carta aos fiscais do rei, denunciando as irregularidades do outro. Ambos foram condenados. Por ironia do destino, na noite em que fugiram, antes que fossem parar na cadeia, encontraram-se na mesma estrada, sofrendo juntos a aridez do deserto.

A cada passo que davam, discutiam, se acusavam, lembravam-se da riqueza que haviam deixado para trás. Lamentavam-se e reconheciam a estupidez que haviam feito. Punham-se a andar novamente, e mais à frente lá estavam a se digladiar outra vez.

Após muitas horas, quando a tarde caía, anunciando em ventos o frio que assola todas as noites o deserto, os dois miseráveis, que tinham perdido tudo na vida, com exceção dos maus sentimentos, já exaustos, choraram em alta voz e clamaram a Deus por socorro.

Foi então que um anjo lhes apareceu e iluminou tudo ao redor com a luz de seu rosto e disse: Omar e Abdul, vim para salvá-los. Peçam o que quiserem e vos será concedido!

Ao ouvirem isso, os dois explodiram de alegria. Imagine os palácios, servos e servas, reinos, fortunas, comércios, tapetes, propriedades e principalmente escapar daquele deserto sem fim. Tudo era como um sonho!

- Lembrem-se de que vocês destruíram a si próprios. Agora lhes dou a chance de recuperar suas vidas e famílias. Porém, terão de aprender o segundo mandamento da Lei de Deus: o amor ao próximo!

Um de vocês fará o pedido do que mais anseia o seu coração. Podem pedir o que de melhor existe no mundo, que concederei. Então, ao seguinte darei em dobro, para que o desejo de um venha a abençoar ainda mais o outro - finalizou o anjo.

- Abdul! Pensa com cuidado em todas as maravilhas que teus olhos já viram, nos lugares que passastes e nos livros que lestes, e não te esqueças de pedi-las todas - gritou Omar.

- Amigo este conselho que me dás é para ti mesmo! Jamais pedirei às maravilhas que desejo, pois sei que as receberás em dobro!
 Começou a briga outra vez. Muito pior que antes! Em minutos estavam a rolar pelo chão, um tentando forçar o outro a fazer o primeiro pedido.

- Pede miserável! Pede ou te arrebento de pancada! - gritava um.
- Nunca! Você é quem vai pedir, nem que eu tenha de te matar, desgraçado! - respondia o outro.

Então o mais forte, Omar, prevalecendo na luta, apertava o pescoço do outro até que ele, já não resistindo mais, gritou o seguinte pedido: Peço que me seja concedido o desejo de ficar cego de um olho!
Ao que se seguiu o grito desesperado: Maldito! Onde estás desgraçado, que não te vejo mais?

Veja como o amor ao dinheiro é mesmo a raiz de todos os males e, a inveja que isso causa não tem limites. Parece que para aquele que ama o dinheiro não basta apenas ser rico, mas é preciso também que os outros sejam pobres e lhe invejem.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O ganso Didi


No tempo em que o continente africano era habitado apenas por duas tribos, houve um grave problema na floresta de Gana. Um terrível incêndio começou a se levantar no horizonte, e suas chamas, espalhadas pelo vento, foram formando um círculo, que precisava ser abandonado antes que se fechasse e levasse à morte todos os que estivessem dentro dele.

A bicharada nunca havia enfrentado uma situação de perigo como esta. O pior é que os animais eram desunidos e egoístas. Corriam para um lado e para o outro, de maneira desordenada, procurando se defender, e se bobeassem o maior pisoteava o menor.

Cheios de dúvidas, logo voltavam atrás e assim promoviam, com relinchos, rugidos e urros, toda aquela desesperada balbúrdia. Instaurou-se então o caos na floresta. Do jeito que a coisa ia, poucos se salvariam. Claro que precisavam de alguém com uma ampla visão da situação, que lhes guiasse com segurança pelo melhor caminho. 

Unidos e um ajudando ao outro, teriam melhores chances de escapar daquele horrendo incêndio. Quando estavam exaustos, e muitos choravam achegados a seus filhotes, vieram parar no alto de um monte, aonde a fumaça vinha de todos os lados. Parecia que o círculo já tinha se fechado. Era só esperar o fogo chegar para morrerem todos.

Foi neste instante de angústia que, olhando para o alto, viram o voo de um bando de gansos liderados por Didi. Ele ia à frente daquela formação em "V", lutando contra a dificuldade do ar aquecido pelo fogo e, portanto, com pouca sustentação para o voo. Incentivado pelos gritos de seus companheiros que vinham atrás, Didi batia suas asas cada vez mais forte, guiando-os para fora daquele círculo mortal.

Didi sabia que o ganso que vai à frente não está lá para se exibir vaidosamente. Pelo contrário, tem uma grande responsabilidade, pois o movimento de ar que provoca na formação em "V" da esquadra, ao bater suas asas com empenho e força, facilita em setenta por cento o voo dos demais. Assim ia ele, com toda a coragem, vencendo a barreira de fumaça e de calor, conduzindo os demais ao caminho da salvação!

Que lição maravilhosa para aquele momento de desespero. Aquele "V" voando no céu era na verdade o "V" de vitória, e era também como a seta de uma bússola a apontar o caminho da saída. Imediatamente os animais aprenderam a lição e nomearam a girafa para guiá-los. A ela caberia o dever de manter os olhos na esquadra de gansos do Didi, e todos os demais iriam segui-la.

Assim encontraram a única saída disponível e salvaram-se todos. Mais que isso: aprenderam uma grande lição. A união em torno de seu líder é na verdade o segredo de um voo seguro, onde os que vêm atrás se aproveitam do esforço do que vai à frente. Não foi assim que o Senhor Jesus nos ensinou? Que aquele que é o primeiro sirva os demais?
Só os cegos, pela vaidade ou orgulho, não entendem e preferem voar só.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A viagem da Humildade


Conta-se que a Humildade resolveu fazer uma viagem, para abençoar o povo que vivia em uma terra distante e muito pobre. Não havia entre aquela gente ninguém abençoado; o povo vivia na mais completa miséria, sem rei e sem rainha.

O caminho para aquela cidade era bastante longo e árduo, cheio de pedras e, ainda por cima, havia um rio muito caudaloso para atravessar. Por isso, a Humildade procurou um barco para transportá-la.

O primeiro barco que encontrou era bonito e grande. Não ficava a dever aos mais famosos iates dos quais se tem notícia, e que navegam, como se costuma dizer, “pelos sete mares”. Tinha imensas velas, suas ferragens eram cobertas de ouro e a madeira do seu casco era a mais nobre que havia.

Assim que a Humildade lhe pediu ajuda, o barco se dispôs a colaborar, porém o pagamento que exigiu foi altíssimo: queria que a Humildade lhe desse glória e admiração, por sua beleza e força. Ela não tinha como pagar o preço desejado por aquele barco e, assim, outro passageiro o alugou e partiu com ele em viagem.

A Humildade então achou outra embarcação. Era também muito bela, pronta para cruzar aquelas águas, pois tinha um motor de grande potência. Queria, porém, um pagamento em ouro e prata, cujo valor era incontável. Enquanto a Humildade se espantava com o preço, outro passageiro apressado lançou sobre o seu convés um baú cheio de ouro, e lá se foram a navegar pelas águas.

O terceiro barco que a Humildade encontrou não era lá tão formoso quanto o primeiro, nem tinha a força do segundo. Entretanto, quando soube da importância de sua missão, transformar a vida dos miseráveis, o barquinho começou a se mover e, todo alegre, levou-a para a outra margem do rio, vencendo a distância e a força da correnteza.

Do outro lado, o povo esperava a chegada da Humildade para abençoá-lo. Quando os barcos chegaram, a maioria correu para o primeiro, atraída por sua beleza. O passageiro que encontraram lá, no entanto, era o Orgulho, e quem o recebeu acabou amaldiçoado.

Outro grande grupo correu para o segundo barco, atraído pelo barulho daquele motor forte e pelo ouro que reluzia no seu convés. O passageiro que estava lá, triste desilusão, era o Amor ao Dinheiro e, assim, quem para lá correu se tornou ainda mais miserável.

Somente algumas poucas pessoas viram no terceiro barquinho algo mais forte que a beleza do primeiro e a força do segundo. Correram ao seu encontro e, que maravilha, encontraram a Humildade e se tornaram muito felizes. Foram todas honradas.

A maior virtude ensinada pelas Sagradas Escrituras é a humildade; ela sempre precede a honra. O Senhor Jesus nos garantiu que aquele que se humilha a si mesmo herdará o Reino de Deus e será exaltado.

Israel esperou vários reis e ainda espera o Messias. O Senhor Jesus, nosso Salvador, veio montado em um jumentinho. Ele era o Rei que oferecia a outra face aos Seus inimigos, atendia aos pobres, comia com os pecadores e não lutou pela glória deste mundo.

Os judeus esperavam um Rei que lutasse contra o domínio romano e lhes devolvesse a glória dos tempos de Davi. Por isso não O aceitaram. O Senhor Jesus é a Humildade; nós, cristãos, somos os barquinhos. Se O levarmos às pessoas, os que sofrem serão abençoados.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

O rei que se condenou à morte


Havia um rei cujo exército estava em guerra. A luta era contra os povos que tentavam invadir suas terras. Aquele rei, que tinha sido um excelente soldado no passado, agora um tanto cansado permanecia no palácio, recebendo notícias da frente de batalha através de seus mensageiros. Não que fosse um homem velho, porque isso ele não era, mas pensava que depois de tantas conquistas merecia permanecer em seus aposentos.

Como era o rei, a ninguém mais cabia qualquer opinião. Foi então que num belo dia, enquanto passeava no terraço de seu palácio, avistou por cima do muro uma mulher que se banhava em sua casa. Impressionado com sua beleza, o rei logo tratou de trazê-la à sua presença. Ao conversar com ela, soube que se tratava da esposa de um dos seus mais valorosos soldados, o qual se encontrava, juntamente com o restante do exército, no campo de batalha.

Aproveitando-se da situação e crendo que ninguém descobriria sua trama, o rei tomou aquela mulher como sua e a obrigou a dormir aquela noite com ele no palácio. No dia seguinte, o rei a despediu bem cedo, procurando esquecer o fato. Recomendou que ela guardasse segredo e que voltasse para sua casa, como se nada tivesse acontecido. Alguns meses depois, tudo parecia estar em ordem. O rei já nem se lembrava mais daquela noite.

Um dia, a mulher retornou ao palácio. Aflita, desejava uma audiência particular com sua majestade. Alegava que o assunto era muito grave. O soberano a recebeu em particular. Assim que ela entrou, revelou que estava grávida. Foi como se o céu desabasse sobre a cabeça do rei!
E agora, como seria quando o marido voltasse da guerra, e encontrasse sua mulher grávida? Certamente a levaria à corte e, de acordo com as leis, ela seria declarada adúltera e punida com a morte!

Como salvá-la e também a criança, sem revelar o pecado que havia cometido? O rei estava aflito, sem poder se consultar com qualquer um de seus súditos! Foi então que ele teve uma ideia para encobrir o problema. Por que não chamar o soldado urgentemente e dar-lhe alguns dias de folga? Vindo para casa, naturalmente possuiria sua esposa, e, quando voltasse da guerra e a encontrasse grávida, pensaria que a fecundara no dia de sua folga.

Assim, o soldado foi, por ordem real, trazido ao palácio. Após ter tido a honra de jantar com o rei, recebeu ordem para que aproveitasse sua folga em casa, com a esposa. Ao se despedir do soldado, o rei tinha a certeza de que tudo estava resolvido. Na manhã seguinte, porém, teve uma grande surpresa. Sua majestade encontrou o fiel soldado dormindo à porta do palácio.

- O que é isso, homem?
Não te trouxe eu de volta da guerra para que tivesses a recompensa de estar em tua casa, com tua mulher?
Que fazes deitado à porta de meu palácio? - disse o rei, indignado.

- Majestade, sinto-me honrado por tudo quanto Vossa Excelência me proporcionou. Ocorre, porém, que ontem à noite, quando deixava o palácio, senti-me imensamente pesaroso pelo fato de estar indo ao encontro da mulher que amo, enquanto meus companheiros dormiam ao relento da noite, acampados pelas colinas, a lutar pela paz de nosso país.
Decidi, portanto, dormir à porta do palácio, a fim de que de alguma forma, ao sentir o vento da noite, pudesse compartilhar a dor de meus companheiros - respondeu o soldado.

O rei se sentiu envergonhado. O que dizer a tão nobre guerreiro?
Mais do que nunca passou a temê-lo. Não podendo quebrar sua fidelidade para com seus companheiros de guerra, ele o enviou de volta à frente de combate. Antes de partir, porém, o rei deu-lhe uma carta lacrada, para ser entregue ao comandante do exército. Sem saber, o soldado levou sua sentença de morte.

A carta determinava que ele fosse colocado na frente mais cruel da batalha. Lá, veio a morrer em ação. O rei se casou com a viúva. Enfim, tudo resolvido, pensou ele. Passado algum tempo, quando novamente a paz reinava no país, sentado o soberano em seu trono, um profeta trouxe-lhe uma causa curiosa:

- Apenas uma ovelha, uma única ovelha, era tudo o que um dos servos fiéis de vossa majestade possuía. O pobre homem cuidava dela com todo amor, pois era tudo o que tinha na vida. Amava-a como o bem mais precioso que Deus lhe dera. Um dia, um homem rico, dono de vastos rebanhos, tendo recebido visitas em sua casa, não querendo desfazer-se de uma de suas ovelhas, mandou que apanhassem e preparassem a ovelha daquele pobre homem.

Interrompendo, o rei indignado exclamou:
- Que caia sobre mim a punição de Deus se ainda hoje eu não tirar a cabeça de tal homem! Toda corte se calou diante do furor do rei. O homem que cometeu tamanho desatino jamais escaparia com vida. Antes que os soldados saíssem em busca do tal criminoso, o profeta disse ao rei:
- És tu o homem a quem me refiro, ó rei! E com as tuas próprias palavras condenastes a ti mesmo!

O rei que se condenou à morte é nada mais nada menos que o rei Davi. Deus o perdoou, porém a punição de seu erro foi talvez uma das maiores aplicadas na Bíblia. Seu pecado cometido em oculto foi trazido à luz do sol, e aquilo que o rei tanto queria esconder, ainda hoje, aproximadamente quatro mil anos depois, é assunto nesta história.

Disse Jesus: Nada há oculto, que não haja de manifestar-se, nem escondido, que não venha a ser conhecido e revelado. (Lucas 8: 17)

sábado, 4 de agosto de 2012

Um som por um perfume


Um pobre viajante parou ao meio-dia para descansar à sombra de uma frondosa árvore. Ele viera de muito longe e sobrara apenas um pedaço de pão para almoçar. Do outro lado da estrada, havia um quiosque com tentadores pastéis e bolos; o viajante se deliciava sentindo as fragrâncias que flutuavam pelo ar, enquanto mascava seu pedacinho de pão dormido.

Ao se levantar para seguir caminho, o padeiro subitamente saiu correndo do quiosque, atravessou a estrada e agarrou-o pelo colarinho e disse: Espere aí! Você tem que pagar pelos bolos!

- Que é isso? - protestou o espantado viajante.
- Eu nem encostei nos seus bolos!
- Seu ladrão! - berrava o padeiro.
- É perfeitamente óbvio que você aproveitou seu próprio pão dormido bem melhor, só sentindo os cheirinhos deliciosos da minha padaria.

Você não sai daqui enquanto não me pagar pelo que levou. Eu não trabalho à toa não, camarada! Uma multidão se juntou e instou para que levasse o caso ao juiz local, um velho muito sábio.
O juiz ouviu os argumentos, pensou bastante e depois ditou a sentença.

- Você está certo - disse ao padeiro.
- Este viajante saboreou os frutos do seu trabalho. E julgo que o perfume dos seus bolos vale três moedas de ouro.
- Isso é um absurdo! Objetou o viajante.
- Além disso, gastei meu dinheiro todo na viagem. Não tenho mais nem um centavo.

- Ah... - disse o juiz. - Neste caso, vou ajudá-lo.
Tirou três moedas de ouro do próprio bolso, e o padeiro logo avançou para pegar.
- Ainda não - disse o juiz.
- Você diz que esse viajante meramente sentiu o cheiro dos seus bolos, não é?
- É isso mesmo - respondeu o padeiro.

- Mas ele não engoliu nem um pedacinho?
- Já lhe disse que não.
- Nem provou nem um pastel?
- Não!

- Nem encostou nas tortas?
- Não!
- Então, já que ele consumiu apenas o perfume, você será pago apenas com som.
Abra os ouvidos para receber o que você merece. 

O sábio juiz jogou as moedas de uma mão para outra, fazendo-as retinir bem perto das gananciosas orelhas do padeiro.
 - Se ao menos você tivesse a bondade de ajudar esse pobre homem em viagem - disse o juiz - você até ganharia recompensas em ouro, no Céu. 
Mas, visto que você foi ganancioso... receba apenas o som como forma do teu pagamento.

Está escrito: A quem dá liberalmente, ainda se lhe acrescenta mais e mais; ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda. A alma generosa prosperará, e quem dá a beber será dessedentado. (Provérbios 11: 24, 25)

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A cruz


Certa vez um homem cheio de fé, fez um pedido a Deus e, como o pedido foi atendido ele prometeu que carregaria uma cruz sobre os ombros até a cidade mais próxima. Então, cheio de fé e gratidão ele fez a sua cruz e iniciou sua jornada.

Aproximadamente na metade de seu trajeto, em um pequeno vilarejo, ele já sem forças e com os ombros quase sangrando, avistou uma pequena fábrica de cruzes e perguntou ao proprietário: O senhor trabalha com troca?

O fabricante sem pensar respondeu: Sim, trabalho.
Ele: Então vou ‘experimentar’ algumas, pois já não estou aguentando o peso da minha...

Passado um bom tempo "experimentando" cruzes e mais cruzes (pois uma era muito grande, outra muito pesada, outra muito pequena...),
Ele grita: Achei! Finalmente encontrei uma cruz na medida certa!
Quanto lhe devo meu nobre amigo?

O fabricante com um pequeno sorriso, suavemente responde: Você não me deve nada meu amigo... Já sendo interrompido por ele, ainda eufórico: Como não devo... o senhor teve trabalho e tenho que remunerá-lo por isso!

O fabricante ainda com o sorriso em seu rosto: Amigo, cada um tem a sua cruz a ser carregada e Deus sabe bem o peso que cada uma deve ter.
Ele respondeu: Não estou lhe entendendo...

O fabricante: É simples: quando você começou a experimentar as cruzes, você deixou de lado a sua em meio à bagunça feita em meu estabelecimento. E você optou por esta cruz que é simplesmente a mesma que entrou apoiada em seus ombros...

Está escrito: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.  Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo?

Porque qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos. (Lucas 9: 23 - 27)

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Amor incondicional


Esta história é sobre um soldado que finalmente estava voltando para casa depois de ter lutado no Vietnã. Ele ligou para seus pais em São Francisco e disse: Mãe, pai, eu estou voltando para casa, mas, eu tenho um favor a pedir. Eu tenho um amigo que gostaria de trazer comigo.

- Claro! Nós adoraríamos conhecê-lo!
- Há algo que vocês precisam saber – continuou o filho. Ele foi terrivelmente ferido na luta; pisou em uma mina e perdeu um braço e uma perna. Ele não tem nenhum lugar para ir e, por isso, eu quero que ele venha morar conosco.

- Eu sinto muito em ouvir isso filho, nós talvez possamos ajudá-lo a encontrar um lugar para ele morar.
- Não, mamãe e papai, eu quero que ele venha morar conosco.
- Filho, você não sabe o que está pedindo.
- Alguém com tanta dificuldade seria um grande fardo para nós.

Nós temos nossas próprias vidas e não podemos deixar que uma coisa como esta interfira em nosso modo de viver. Acho que você deveria voltar para casa e esquecer este rapaz. Ele encontrará uma maneira de viver por si mesmo. Neste momento o filho bateu o telefone.

Os pais não ouviram mais nenhuma palavra dele. Alguns dias depois, no entanto, eles receberam um telefonema da polícia de São Francisco.
O filho deles havia morrido depois de ter caído de um prédio. A polícia acreditava em suicídio.

Os pais angustiados voaram para São Francisco e foram levados para o necrotério a fim de identificar o corpo do filho. Eles o reconheceram, mas, para o seu horror, descobriram algo que desconheciam: O filho deles tinha apenas um braço e uma perna.

Para muitos é fácil amar aqueles que são bonitos, perfeito, divertidos e cheirosos. Mas se tratando do inverso, já não se pode dizer o mesmo.
Eles simplesmente se esquecem de que o verdadeiro cristianismo é dá sem esperar nada em troca.

Está escrito: Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo?

Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?

Então, romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem detença, a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda; então, clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás por socorro, e ele dirá: Eis-me aqui. (Isaías 58: 6 - 9)