quinta-feira, 5 de julho de 2012

Os sete pecados capitais


Certo dia, um casal ao chegar do trabalho encontrou algumas pessoas dentro de sua casa. Achando que eram ladrões, o marido e a mulher ficaram assustados, mas um homem forte e saudável, com corpo de halterofilista disse: - Calma pessoal, nós somos velhos conhecidos e estamos em toda parte do mundo. - Mas quem são vocês? - pergunta a mulher.

Eu sou a Preguiça - responde o homem másculo.
Estamos aqui para que vocês escolham um de nós para sair definitivamente da vida de vocês. - Como pode você ser a preguiça se tem um corpo de atleta que vive malhando e praticando esportes? - indagou a mulher. Ele respondeu: A preguiça é forte como um touro e pesa toneladas nos ombros dos preguiçosos, com ela ninguém pode chegar a ser um vencedor.

Eu, meus filhos, sou a Luxúria: Diz uma mulher velha curvada, com a pele muito enrugada, que mais parecia uma bruxa.
- Não é possível! - diz o homem - Você não pode atrair ninguém com essa feiura. Ela responde: Não há feiura para a luxúria, queridos.
Sou velha porque existo há muito tempo entre os homens; sou capaz de destruir famílias inteiras, perverter crianças e trazer doenças para todos até a morte. Sou astuta e posso me disfarçar na mais bela mulher.

Eu sou a Cobiça: Diz um homem malcheiroso, vestindo roupas maltrapilhas, que mais parecia um mendigo, por mim muitos já mataram, por mim muitos abandonaram famílias e pátria; sou tão antigo quanto a Luxúria, mas eu não dependo dela para existir.

 E eu, sou a Gula: Diz uma lindíssima mulher com um corpo escultural e cintura finíssima. Seus contornos eram perfeitos e tudo no corpo dela tinha harmonia de forma e movimentos. Assustam-se os donos da casa, e a mulher diz: - Sempre imaginei que a gula seria gorda. - Isso é o que vocês pensam! - responde ela. - Sou bela e atraente, porque se assim não fosse seria muito fácil livrarem-se de mim. Minha natureza é delicada, normalmente sou discreta, quem tem a mim não se apercebe, mostro-me sempre disposta a ajudar na busca da luxúria.

Eu sou a Ira: Diz um senhor que estava sentado em uma cadeira num canto da casa, com um semblante bastante sereno e com voz doce e movimentos suaves (Alguns me conhecem como cólera).
 - Ira? Parece mais o vovô que todos gostariam de ter! - diz a dona da casa. - E a grande maioria me tem! - responde o vovô. Eu mato com crueldade, provoco brigas, destruo cidades, famílias e posso ficar contido no íntimo das pessoas sem me manifestar, provocando úlceras, câncer e as mais temíveis doenças.

Eu sou a Inveja: Diz uma jovem (semelhante a uma princesa), ostentando uma coroa de ouro cravada de diamantes, usava braceletes de brilhantes e roupas de fino pano. - Como inveja, se é rica e bonita e parece ter tudo o que deseja? - diz a dona da casa.
Ela responde: Eu estou entre os que são ricos, os que são poderosos, os que são famosos. Mas eu também estou entre os que não são nada e não tem nada.

Enquanto os invasores se explicavam, um garoto, que aparentava cerca de cinco a seis anos, brincava pela casa. Sorridente e de aparência inocente, característica das crianças, sua face de delicados traços mostravam a plenitude da jovialidade, olhos vívidos... E você, garoto, o que faz junto a esses que parecem ser a personificação do mal? Diz o casal.

Eu sou o Orgulho: Responde com um sorriso largo e olhar profundo.
Orgulho? Mas você é apenas uma criança? Tão inocente como todas as outras. O semblante do garoto tomou um ar de seriedade que assustou o casal, e ele então diz: O orgulho é como uma criança mesmo, mostra-se inocente e inofensivo, mas não se enganem, sou tão destrutível quanto todos aqui, quer brincar comigo?

A Preguiça interrompe a conversa e diz: - Vocês devem escolher quem de nós sairá definitivamente de suas vidas. Queremos uma resposta. O homem da casa responde: - Por favor, dêem dez minutos para que possamos pensar. O casal se dirige para seu quarto e lá fazem várias considerações. Dez minutos depois retornam. - E então? - pergunta a Gula.

Eles responderam: Queremos que o Orgulho saia de nossas vidas. O garoto olha com um olhar fulminante para o casal, pois queria continuar ali. Porém, respeitando a decisão dirige-se para a saída. Os outros, em silêncio, iam acompanhando o garoto quando o homem da casa pergunta: Ei! Vocês vão embora também? O Menino, agora com ar severo e com a voz forte de um orador experiente, diz: - Escolheram que o Orgulho saísse de suas vidas e fizeram a melhor escolha.

Por que:
Onde não há orgulho, não há Preguiça, pois os preguiçosos são aqueles que se orgulham de nada fazer para viver... Não percebendo que na verdade vegetam.
Onde não há orgulho não há luxúria, pois os luxuriosos têm orgulho de seus corpos e julgam-se merecedores.
Onde não há orgulho, não há cobiça, pois os cobiçosos têm orgulho das migalhas que possuem, juntando tesouros na terra e invejando a felicidade alheia, não percebendo que na verdade são instrumentos do dinheiro.
Onde não há orgulho, não há gula, pois os gulosos se orgulham de suas condição e jamais admitem que o são, arrumam desculpas para justificar a gula, não percebendo que na verdade são marionetes dos desejos.
Onde não há orgulho, não há ira, pois os irosos com facilidade destroem aqueles que, segundo o próprio julgamento, não são perfeitos, não percebendo que na verdade sua ira é resultado de suas próprias imperfeições.
Onde não há orgulho, não há inveja, pois os invejosos sentem o orgulho ferido ao verem o sucesso alheio seja ele qual for; precisam constantemente superar os demais nas conquistas, não percebendo que na verdade são ferramentas da insegurança.
Saíram todos sem olhar para trás, e, ao baterem a porta, um fulminante raio de luz invadiu o recinto.
Está escrito: Olhar altivo e coração orgulhoso, a lâmpada dos perversos, são pecado. (Provérbios 21: 4)

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