segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A lei de Deus que Jesus quebrou

Conta-se que há muitos anos aconteceu um fato muito interessante no Reino de Vertalona ao Norte do Mar Adriático. Naquela época, o reino era governado por um rei extremamente católico que em tudo obedecia às orientações do clero.                                                            

Nesse cenário, qualquer pessoa que se rebelasse contra as imposições da religião católica era sumariamente excomungada, julgada e condenada à morte como se fosse bruxo.
A leitura da Bíblia era apenas permitida á autoridade católica, e lida em latim para o povo na hora da missa.
E claro que as pessoas simples apenas ouviam a leitura do texto, mas nada compreendiam e também não ousavam perguntar.                                                    


A palavra do padre era incontestável, sendo ele o único conhecedor da Palavra de Deus e de Sua vontade.
Nem mesmo o rei ousava levantar-se contra o poderio do clero, temendo que Deus viesse castigá-lo. No entanto, havia um homem que não temia os padres. Era o taberneiro que fornecia vinho ao convento.                                                                                   


Por muitas vezes havia presenciado a confraria dos religiosos e a maneira como se comportavam longe do altar e do povo e como se embriagavam. Acostumado a levar e a buscar os tonéis de vinho, que supostamente seriam usados em cerimonias religiosas, conhecia bem quem eram os sacerdotes e como agiam às escondidas.

Numa dessas idas ao convento, o taberneiro apoderou-se de uma Bíblia a qual passou a ler todos os dias com extraordinário interesse. Conhecendo a verdade, ficou revoltado com a religião oficial.
Não tardou a ensinar às pessoas as maravilhosas promessas que Deus anunciava em Sua Palavra.                                                                                            


Tocado pelo que lia, deixou a taberna e passou a dedicar-se ainda mais ao estudo e aos ensinamentos da Bíblia Sagrada. Os que ouviram suas lições passaram igualmente a compartilhar com ele aquela experiência e em decorrência disso, um avivamento começou a tomar lugar no reino. Num instante havia mais pessoas se reunindo na casa do ex-taberneiro do que aos pés dos sacerdotes na hora da missa.

“Isso era aviltante”, pensaram os padres. Levaram o assunto ao rei que prometeu tomar severas providências e, sem demora, decretou a prisão do pobre homem, cujo destino seria o julgamento pelo crime cometido. Os que se congregavam com ele ficaram profundamente tristes e apelaram ao rei sem porém, obter sucesso.                                                                                                 

O julgamento foi marcado e o comentário geral era que ele seria condenado à morte. O dia do julgamento chegou. Os sacerdotes, com suas batinas negras, sentados à frente do trono do monarca ocupavam o palanque construído na praça central, que também, estava reservado ao prisioneiro.
Assim que o trouxeram, o rei determinou a leitura das acusações. 

Os padres o acusavam de que ao ensinar a Bíblia, o ex-taberneiro estava quebrando a lei Sagrada de Deus e do papa, fazendo algo que ninguém havia se atrevido fazer, com o agravante de ter cometido tal pecado na presença de muitas testemunhas.
Antes de proferir a sentença, o rei deu ao homem a chance de se defender.

E o homem então disse: Hoje sou acusado de quebrar a lei de Deus e, portanto, estou prestes a morrer.
Gostaria de usar em minha defesa o fato de que Jesus, em sua época, também quebrou a lei de Deus, a qual ninguém antes Dele havia se atrevido fazer. Ele o fez na presença de muitas testemunhas e ainda assim foi perdoado pelo Pai


Que lei de Deus Jesus quebrou em sua época? Perguntou o rei com grande curiosidade. Pergunte ao clero, disse o acusado. Vossa Majestade sabe que hoje sou acusado de ensinar o que não sei. 

Ora, certamente, algum dentre eles poderá confirmar minhas palavras e satisfazer a curiosidade do rei. Se não souberem, ficarei feliz em provar minha inocência e revelá-lo essa verdade em troca da liberdade.

Indagado a respeito, o clero negava tal hipótese e embora eles não conhecessem a Bíblia como deveriam, apostaram que seria impossível ao acusado provar sua defesa e, portanto, unanimemente, concordaram em garantir-lhe a liberdade caso pudesse provar sua defesa.

Ora, a Palavra de Deus diz: (começou o acusado) que tendo despedido Seus discípulos em um barco, Jesus permaneceu em terra, orando no monte. Por volta da terceira hora da noite, veio andando sobre o mar para ter com Seus discípulos no barco. Peço ao clero que confirme se as minhas palavras estão escritas no texto da Palavra de Deus. Sim, estão!”, confirmou o clero.                                                                                                            
Mas o que isso tem a ver com a defesa que queres provar? Perguntaram eles.

Como se pode ver, o clero acusador confirma minhas palavras e me garante a liberdade. Ao andar sobre as águas, o Senhor Jesus quebrou a lei de Deus chamada lei da gravidade que rege todos os homens e os astros.                                                                  
Fez o que ninguém antes dele havia feito e o fez na presença de muitas testemunhas.

O rei e o clero foram apanhados na esperteza do pregador e como haviam prometido, diante de todo o povo, tiveram de soltá-lo.
A história é curiosa e a perseguição continua a mesma. Para escapar dela, precisamos da simplicidade da pomba e a sagacidade de uma serpente.

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